Desilusão.

A desilusão bate a minha porta.

Meu coração salta, sabendo de quem se trata.

Uma batida que há tempos eu não ouvia.

Prendo a respiração, fingindo não ter ninguém.

Eu não posso atender a porta.

A desilusão não quer ir embora.

Eu me agarro a algo que dê um pouco de esperança.

Uma foto nossa, sem a noção do futuro.

Agora é o presente que me assusta,

Será que você ainda se assusta?

Questiono-me se a desilusão também bateu na sua porta.

Se o medo de atendê-la correu pela sua pele.

Se você ainda tinha algo para se agarrar.

Talvez, neste momento seja apenas eu.

Pode ser que esse seja o motivo da desilusão não partir.

Somente eu estou tentando sustentar o laço,

Você largou e eu não notei.

A desilusão murmurou algum barulho.

Qualquer coisa parecida com o seu nome.

Talvez seja um chamariz, para atrair as memórias

Levar tudo ao que eu tenho me agarrado.

A desilusão saiu da minha porta,

Tão sorrateira quanto chegou.

Mais uma vez ela sussurrou o seu nome pela fresta da porta

E eu nada senti...

Henrique Sanvas
Enviado por Henrique Sanvas em 27/06/2019
Reeditado em 28/09/2020
Código do texto: T6683164
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