Desilusão.
A desilusão bate a minha porta.
Meu coração salta, sabendo de quem se trata.
Uma batida que há tempos eu não ouvia.
Prendo a respiração, fingindo não ter ninguém.
Eu não posso atender a porta.
A desilusão não quer ir embora.
Eu me agarro a algo que dê um pouco de esperança.
Uma foto nossa, sem a noção do futuro.
Agora é o presente que me assusta,
Será que você ainda se assusta?
Questiono-me se a desilusão também bateu na sua porta.
Se o medo de atendê-la correu pela sua pele.
Se você ainda tinha algo para se agarrar.
Talvez, neste momento seja apenas eu.
Pode ser que esse seja o motivo da desilusão não partir.
Somente eu estou tentando sustentar o laço,
Você largou e eu não notei.
A desilusão murmurou algum barulho.
Qualquer coisa parecida com o seu nome.
Talvez seja um chamariz, para atrair as memórias
Levar tudo ao que eu tenho me agarrado.
A desilusão saiu da minha porta,
Tão sorrateira quanto chegou.
Mais uma vez ela sussurrou o seu nome pela fresta da porta
E eu nada senti...