Fagulhas de uma turva visão
 
Perfeito destino em névoa
Que deságua na infinita visão de sonhos profundos,
Castos abraços que contém o esfumaçado desejo,
 
Há uma tumba que guarda mistérios profanos
Em tempos que a vida foi escondida por vassalos afoitos,
Em jardins planta-se os segredos que permitem o florescer da paixão
E em espinhos se castiga o pecado asilado na face,
 
Um vulto negro escurece a visão que busca arcanos,
Envolto ao sonho que deveria ser eterno
Despisse corpos entre o real e o esquecido
Há luz no semblante que surge na cama,
 
Espelhos que esconde nossos reflexos
São cumplices do amor que não se detém ao perigo,
Somos unidos em um único corpo
Quando em nosso casulo se consome nosso perdão,
 
Perigo há no alheio que vigia as sombras que nutrem áureas,
Há um lugar perfeito onde se esconde nossa iniquidade,
Esconder nossa ternura do pássaro que graceja a angústia
Permitirá apenas que o sorriso se afogue no lago da dor,
 
Perturbasse apenas o devoto da mentira que tem o olhar fragmentado,
Sob o sereno toque da harpa que entoa melodia em nosso encontro,
Permita a mim que entre na fantasia do seu pensamento
E a fuga ao lugar perfeito não será o isolamento da alma,
 
Vamos chorar entregando o soluço ao berço da vida,
O orvalho assim permitirá a ruína do medo que nos deixa cárceres,
Em janelas surgirá o sorriso
E as rosas que exalam o perfume da vida
Envolverá nossas almas no meio da mística floresta que nos guarda...
 
 
J Lucivan Almeida
Enviado por J Lucivan Almeida em 19/06/2019
Reeditado em 04/07/2019
Código do texto: T6677064
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