NOSSOS AMORES
Há amores que nos transformam
Com a beleza da sua sinceridade
E com o fulgor de sua intensidade,
Deixando desenhado em nossas almas
Um retrato de cores inesquecíveis.
Há amores que nos decepcionam
Ao devorarem a nossa frágil esperança
Como um fogo que pulveriza
Para sempre as nossas ilusões
Criadas pela nossa obstinada imprudência.
Há amores que nos fazem engajar
Nas lutas e nas responsabilidades da vida,
Mormente quando a sombra do sofrimento
Busca seguir os passos cansados
Daqueles que corajosamente amamos.
Há amores egoístas, infrutíferos, invasivos;
E os incompreensíveis, teimosos e sem humildade;
Existem amores que, sem saberem que amam,
Se ausentam nas horas em que o diálogo e a união
São essenciais para a preservação de uma relação.
Há amores que nos fazem voar nas alturas
De uma felicidade arrebatadora;
Inspiram as mais enobrecedoras atitudes
Para a propagação de nossos afetos
E palavras semeadoras dos frutos do amor.
Há amores que nos presenteiam com a vida
Quando já não esperamos mais nada de ninguém
E quando as trevas das desilusões,
Com seu realismo frio e implacável,
Dissipam até mesmo o sol de nossos sonhos.
Há amores, cujos beijos, abraços e ternuras,
Que nos ajudam a sorrir em dias tristes
E nos motivam a perseverar nos rumos
Exuberantes de uma nova história
Com as suas possibilidades de uma vida a dois.
Há amores pelos quais não vale a pena
Expressar nenhum de nossos sofrimentos,
Repleto de tantas dores, choros e lágrimas;
Amores esses sem qualquer gratidão
Pelas ações mais solidárias e benéficas.
Há, por fim, amores que nos tornam livres
Para recitarmos toda a poesia de nosso ser.
Mesmo nas mais fortes angústias,
Sentimos o calor de uma reciprocidade
Acalentadora de nossas almas tão ávidas de amar!