Não há bom tempo

Pinga a chuva do lado de fora,

Escorrega sem corpo, sem forma...

Sem boca e sem língua beija a insônia!

Nessa sátira sem graça conduzida por um narrador.

Por ironia, hoje,

Há quem lamente mais que eu!

Bate na porta, arranha a vidraça, lamenta, chora!

Presumo que esteja doente de amor...

Chora de dia, chora de noite

Em um soluço constante.

Pensei que o sujeito fosse um ator!

Gritei irrita, toda molhada para aquele chora:

-Os romances se findam, se estilhaçam!

Enxugue essas lágrimas,

Pois só quem morre de amor é o poeta!

Em resposta um grito rasgado...

Como quem diz: - quem sabe de meu pranto sou Eu!

Calei-me!

Ninguém conhece o amor do outro,

Nem nunca saberá e, ainda que não saibas

Acredite, o amor é abismo precedido por labirinto;

Onde não toca nem mão, nem olhos, nem ouvidos,

Mas, também é reduto de fé!

Não há bom tempo, tampouco, mau tempo!

Ele resumo da vida, pinga lá fora...

Yasmin Meirinho
Enviado por Yasmin Meirinho em 19/06/2019
Código do texto: T6676883
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