Não há bom tempo
Pinga a chuva do lado de fora,
Escorrega sem corpo, sem forma...
Sem boca e sem língua beija a insônia!
Nessa sátira sem graça conduzida por um narrador.
Por ironia, hoje,
Há quem lamente mais que eu!
Bate na porta, arranha a vidraça, lamenta, chora!
Presumo que esteja doente de amor...
Chora de dia, chora de noite
Em um soluço constante.
Pensei que o sujeito fosse um ator!
Gritei irrita, toda molhada para aquele chora:
-Os romances se findam, se estilhaçam!
Enxugue essas lágrimas,
Pois só quem morre de amor é o poeta!
Em resposta um grito rasgado...
Como quem diz: - quem sabe de meu pranto sou Eu!
Calei-me!
Ninguém conhece o amor do outro,
Nem nunca saberá e, ainda que não saibas
Acredite, o amor é abismo precedido por labirinto;
Onde não toca nem mão, nem olhos, nem ouvidos,
Mas, também é reduto de fé!
Não há bom tempo, tampouco, mau tempo!
Ele resumo da vida, pinga lá fora...