Era Um Louco.

Uma história nunca antes contada:

Era um louco que fascinava, como se diz;

Um homem pobre que vendia cocada,

Próximo do fim, doava pra criançada,

Era um homem pobre, louco e feliz.

Banguela, mesmo assim gargalhava.

Sol, chuva, ele nunca estava só,

A criançada o companhava.

Multiplicando alegria por onde passava,

Ele dividia o que tinha de melhor.

"Como pode que esse tanto sempre sobre?"

Dizia os ricos economistas, quais fugiam o entendimento.

"Como pode um homem tão pobre,

Com uma atitude dessa tão nobre,

Distribuindo o que mal dá pro seu sustento? "

Não viam o sentido mais profundo,

Longe toda conclusão desesperada.

Ele não distribuía por dinheiro,

Pois não pagaria com a riqueza do mundo inteiro,

A alegria daquela humilde criançada.

Lembro, como lembro sua fisionomia,

Ele amava o sorriso, o carinho, o calor,

Era de arrepiar aquela sinergia.

Assim como ricamente recebia,

Aquele louco homem pobre distribuía amor.

Os adultos nem mesmo pediam trocos,

Só o compreendia quem cruzavam seus destinos,

Isso em números não eram poucos.

Tempos depois já haviam dois loucos,

E eu... Eu já não era mais um dos meninos