“O Semeador”

Quantas sementes caem

Da tua mão,

Nesses momentos em que escrevo?

Eu não sei...

Mas, imagino esse único e breve “voo”

Das sementinhas deixando-se cair,

Despedindo-se da luz

Sendo envolvidas,

Pelo silêncio da terra

À espera, pacientemente.

Da sábia germinação...

Na bem-vinda solidão dos campos

O semeador permanece,

Em comunhão com a natureza

Semeando alegrias,

Em telas, em sonhos,

Pincelando

A terra com sementes de tintas,

E, pincela com o amarelo - o Sol

Quantas sementes continuam

A cair de tua mão,

Enquanto escrevo

O último verso?

Eu não sei,

Mas, sei que o Amor semeia à Vida,

E, as reticências lembram

Sementes que se dispersam

Com um vento de arco-íris,

Pontuando as poesias...