Devaneio
Medo do despertar
Por que o sinto?
Poderia eu o amar
Se percorro um labirinto?
Por que negaria eu
A filosofia de um sentimento
Que para mim sempre transcendeu
O que de profundo experimento?
Como compor aqui e agora
O sabor do vinho daquela noite
E não sentir que jogo fora
O deleite em vez do açoite?
Percebo-me num escuro caminho
Ao longo desta incessante busca
Tão rápida e devagarinho
O evidente se ofusca
Meu "eu", em seus versos,
Encontrou a própria poesia
E sente poder ser (uni)versos
De nossa alegoria.
14-06-2019