BRANCA SOLIDÃO

BRANCA SOLIDÃO

Em brancos lenços de adeus

Onde o bordado de nosso amor tremula

Minha solidão te anuncia

Em pranto

Atravessei as barreiras do tempo

Entrei no relógio do espaço

Bordei nossa história

A cada linha bordada

Fomos mais que matéria nua

Somos poema!

A Palavra crua

Tatuou o branco papel do tempo

De nuvens tingi meus cabelos

Infinita beleza tua...

Meu caminho em solitude

Irrigou o Saara,

Esperando a loucura dos amantes

Então chegaste!

(Expulso o grilheiro, posse retomada)

Sorveste o sagrado sal

Que tempera o solo outrora deserto

Cavaste com tuas mãos camponesas

O caminho de volta

Germinaste em branca flor o campo

Em branca carícia por ti salivada

Em meu corpo, tua língua,

Límpida pintura

Em poesia ímpar transformada.

Stella Motta
Enviado por Stella Motta em 14/06/2019
Código do texto: T6672757
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