BRANCA SOLIDÃO
BRANCA SOLIDÃO
Em brancos lenços de adeus
Onde o bordado de nosso amor tremula
Minha solidão te anuncia
Em pranto
Atravessei as barreiras do tempo
Entrei no relógio do espaço
Bordei nossa história
A cada linha bordada
Fomos mais que matéria nua
Somos poema!
A Palavra crua
Tatuou o branco papel do tempo
De nuvens tingi meus cabelos
Infinita beleza tua...
Meu caminho em solitude
Irrigou o Saara,
Esperando a loucura dos amantes
Então chegaste!
(Expulso o grilheiro, posse retomada)
Sorveste o sagrado sal
Que tempera o solo outrora deserto
Cavaste com tuas mãos camponesas
O caminho de volta
Germinaste em branca flor o campo
Em branca carícia por ti salivada
Em meu corpo, tua língua,
Límpida pintura
Em poesia ímpar transformada.