O AMOR NÃO MORRE

O peito é terra que tudo encerra

Tudo migra, tudo morre e tudo nasce deste muro

São ramos de paixão espalhados pela terra

Ou frutos que amarelecem quando maduros

São veias exangues em sulcos pedregosos

Nuvens, gados libertos do céu

A embreagem dos tempos gozosos

Neste minuto, quantas coisas ficaram ao léu...

Tudo ao passar das horas é consumido

Todo ser amado um dia é consumado

O que estava de frente não pode ser vivido

E o que ficava defronte agora está do lado...

O amor esta lembrança é mais antiga que o próprio nome

A saudade é uma absorção abstrata do fogo sagrado

É como o álcool exposto ao sol se volatiliza e some

E dilatamos nossa memória com a presença do ser amado

A saudade são andorinhas que voam pelos nossos sonhos

Fazendo ruídos no rubicundo céu de nosso molusco pensar

Chegam a sangrar junto ao sol solitário e enfadonho

Como que querendo esquecer no riscar de seu crepúsculo

A cicatriz que a lua faz riscando seu reflexo junto ao mar...

O amor sempre estará esperando

Por pessoas que são suas substâncias inseparáveis

Mesmo que fiquem sem rostos e que restos sejam

Nunca se apaga de nós os desaparecidos

Porque na verdade somos nós que eles estão procurando

Somos nós as sombras recostadas

Os vidros quebrados não voltam a se emendar

A viagem continua pois que o amor

Mesma na espera é uma eterna procura...

O amor é uma saudade e uma dor

Que onde quer que você esteja

E com que quer que seja

Ainda vai existir

Porque se não te consumir, nunca será amor.

Jasper Carvalho
Enviado por Jasper Carvalho em 12/06/2019
Código do texto: T6671591
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