VESTÍGIO DE UM SORRISO

Quando a tardinha deixa cair o vestígio

De um sorriso angelical sobre as roseiras

O outono vem depressa para o litígio

Da estação dos ipês e quaresmeiras.

E por entre a faixa rubra do horizonte

Vem o encanto, o delírio e a pureza

Na cor que avermelha o tom da ponte

Que liga a terra ao céu da beleza.

É nessa hora que deixo cair as saudades

Sobre dois olhos negros adolescentes

Que floresciam tons de jovialidades

Na ilusão dos amores permanentes.

E brota dali uma certa esperança

De vê-lo passar nessa caminhada

Entendendo que o tempo é criança

Sorrindo prá nós dois nessa florada.