GÉLIDO AMOR
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Um mar gélido, sem moto, quase morto
em luz fraca de inverno ilimitado;
um castelo sem porta, inacabado,
numa angra que outrora foi bom porto.
Só uma ave em baixa revoada
se dispersa qual mesto pensamento:
-lenta vai, sem rumo e sem lamento,
para sempre embora da enseada.
Este mar que já fora radioso
(quando o sol brilhava em teu sorriso)
foi aos poucos lacrado com um selo
congelando seu rangido lamentoso,
e o amor, do qual restou só um friso,
foi esculpido em lágrimas de gelo.
Esse poema foi adicionado ao meu E-book intitulado: "Todos os Poemas" que pode ser baixado grátis na seção E-livros da minha escrivaninha.