Não dito
Não dito
Ela estava ansiosa, para mais um encontro
uma vez que concretizaria, grande parte daquilo que ocupava a sua mente desde a conversa em que foi acordado dia e local, a expectativa era como uma placa luminosa em meio ao breu, trazendo a baila o encontro e circunstância em cada piscar.
Nas palavras dele; Nem se caísse torrentes do céu ou até mesmo um toque de recolher devido a um acidente nuclear, seria capaz de o opor de encontrá-la, nada externo o faria desistir, enfatizava a cada mensagem com temas/motivos aleatórios que seria impotentes quanto o seu querer.
E a cada fase recebida o seu coração a aquecia
e desse uma chama que a tirava
do chão ebulindo- se em sorrisos. Mas em seu peito também crescia uma névoa que a muito tempo a acompanhava, permeando o seu ser
de insegurança e medo, pintando um quadro de cores mortas a qual mostrava ela como um ser totalmente desinteressante.
E que cedo ou tarde ele se defrontaria com essa imagem e a reconheceria, e consequentemente perdendo todo interesse ou encanto outrora depositado nela.
E como o medo cala e paralisa, ela de temor
fugiu, desconversando quanto ao assunto, até chegar o ponto de não mais responder sequer suas ligações, tamanho era o medo de um futuro quase improvável acontecer.
E por trás desse silêncio havia inúmeras palavras de esperança, rejeição e medo, mas
por não saber externar, tomou feição de descaso.
E ele por não entender nada, ferido se retirou
mesmo possuindo em sua bagagem uma enormidade de querer pela simples pessoa que ela é.
C.A.Martins