A PRINCESA E O PAPEL EM BRANCO

O papel em branco

atravessou a rua

com medo de pisar

nas poças

O papel em branco

se encontrou com a Princesa

Que estava usando

uma passadeira rosa

E mesmo de longe

Ele pôde sentir o seu perfume

Ganhado de presente

Por um Banho Ligeiro

E o coitado pensou...

Que podia ser dele

Aqueles grandes olhinhos que piscavam

E todo aquele sorriso que nela brotava

Pôde até pensar, bestamente...

O pobre Papel em Branco...

Que podia-se guardar

A alma daquela menina

dentro de um estojinho...

de lápis de cera

E no Papel em Branco

Que ele era

Andando, com medo de pisar na água...

Ela bem que podia

Desenhar uma flor.