O poente que agora se assanha à vidraça
roçando os botões da camisa,
são astros violentos
na travessia das almas,
ecoando aos pulmões o oxigênio necessário
para queimar o ópio às veias do poema
Como se não bastasse o perfume a saudade,
esperando de ouvidos colados ao telefone
a voz entorpecida e escorregadia,
sexy, sexy como uma brisa nascida para sangrar,
desde o teu pensamento até a nudez da minha inocência,
há ainda esse precipício
pregado à cruz do verbo amar
E não adianta tentar esconder o corpo
nem vender o coração depois de uma enchente,
porque pras facadas diárias da realidade,
o amor é a única vingança !