CLINICAMENTE MORTO
.
Nessa mata de compacta solidão
já me impede o meu gênio desditado
e no túnel que leva ao fim do fado
desmorona o arcabouço da ilusão.
Na vil ânsia que precede o esquecimento
minha alma se debate e busca o ar,
e vislumbo na garrafa do "Ocean Bar"
o teu olhar propenso ao ferimento:
-é a tua jura que (agora se confessa)
vindo fofa qual música de Orfeu
maquiou do teu instinto o lado torto.
Eu, com licença, me retiro nessa
deixando para ti -fútil troféu-
meu coração clinicamente morto.
Esse poema faz parte do meu E-book intitulado: "Todos os Poemas" que pode ser baixado grátis na seção E-livros da minha escrivaninha.