CLINICAMENTE MORTO

.

Nessa mata de compacta solidão

já me impede o meu gênio desditado

e no túnel que leva ao fim do fado

desmorona o arcabouço da ilusão.

Na vil ânsia que precede o esquecimento

minha alma se debate e busca o ar,

e vislumbo na garrafa do "Ocean Bar"

o teu olhar propenso ao ferimento:

-é a tua jura que (agora se confessa)

vindo fofa qual música de Orfeu

maquiou do teu instinto o lado torto.

Eu, com licença, me retiro nessa

deixando para ti -fútil troféu-

meu coração clinicamente morto.

Esse poema faz parte do meu E-book intitulado: "Todos os Poemas" que pode ser baixado grátis na seção E-livros da minha escrivaninha.

Richard Foxe
Enviado por Richard Foxe em 04/06/2019
Reeditado em 09/07/2019
Código do texto: T6664947
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