ALGAROBA

Lá onde geme as dores

e na beira do caminho

voam as corujas

quando saem dos seus ninhos

anunciando a escuridão

O verde lindo da algaroba

esparrama a esperança

no céu azulado do sertão

E pelo chão

as suas vargens caídas

alimentam o alazão

No mais distante recanto

o marimbondo exu

espanta a menina

que brinca na varanda

com medo do seu ferrão

Nos açudes

as águas esverdeiam

denunciando a seca

e o quero-quero grita

alarmando as manhãs

A algaroba com seu verde

acolhe sob sua sombra

o ano inteiro, as criações

e o forte sertanejo

E o verde da algaroba

é a esperança

que se enrama

no céu do sertão