SACRO-ENLEIO
Salgado como o gosto dos prazeres
Suor com gemidos sussurrados...
O corpo em mais pura nudez
Envolto e louco em fogo adocicado
Faz aos poucos e cada vez
Querer beber da fonte desprovida...
Qual posse de tantos deleites!
As formas deliram e incendeiam
As peles ardem em fogo candente...
Os murmúrios são soltos
O jogo insano, pérfido e alucinante
Testa as loucuras humanas
Antes jamais tão sublimes ou quentes.
Face reversa da moral descontente.
Ouvem-se gritos loucos e roucos
Assim como risos maliciosos...
A trama que muito se enrama,
Transpira, derrama sabores deliciosos
Que tanto fazem querer amar
Descobrir gostos e mistérios secretos...
Que às noites profanam das camas aos tetos.
E nessa insanidade afogam-se em tesão
Ascendendo aos céus e salgando a terra!
Fazem-se arder em chamas de libido
Que aos mortos todos desenterra,
E os corpos que entregues se enlaçam
São almas que sempre estarão ligadas,
Pois as juras sem nenhuma, ou poucas palavras
Foram traçadas pelas bocas dos anjos!