Amor a si mesmo

Lá se vão as gotas caídas ao luar.

De uma chuva pesada que nunca havia cessado.

Lá se vão as gotas que caem na penumbra de um dia escuro.

De um sol negro e profundo demais para brilhar.

Lá se vão os olhos caídos que nunca se pensou serem levantados outra vez.

De um coração rasgado mas recosturado com linhas de compaixão a si mesmo.

Lá se vai uma vida apagada se irradiando de calor.

De um sol que se ergueu para amar como nunca se amou.

Lá se vai uma alma pesada que se deixou flutuar.

De um fardo tão grande que perdoou os anos mais pesados do sol.

Lá está um sol brilhante pairando pelo espaço.

De um caso comum mas ainda raro de amor à segunda vista de seu próprio tempo a respirar.