LEMBRANÇAS DE UM VAGO OLHAR

Amo demais a beleza da tarde,

que faz o sol mais arder de amor,

sinto calor, venha chuva, me invade,

cai no jardim, vem molhar toda flor.

Eu amo tanto o escuro da noite,

é seu prazer inverter luz do dia,

mesmo a trazer obscuro açoite,

minora o pranto de quem já sofria.

Eu quero muito a vil madrugada,

morte de quem, mais sofrer, não queria,

com seu pudor, nobre senso de nada,

sorte de quem, na calçada, dormia.

Lembro-me agora do giz da manhã,

luz que chorava enquanto eu sorria,

doce momento de vida mais sã,

primeira história, início do dia.

Roberto Armorizzi
Enviado por Roberto Armorizzi em 21/05/2019
Reeditado em 21/05/2019
Código do texto: T6653249
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.