Eu, a Razão e o Coração
Perguntei a minha razão:
Porque terminou e se isso eu mereço,
Ela me respondeu então:
Não se acaba o que não teve um começo;
Pensei sobre isso e então indaguei:
Eu a perdi, o que faço agora?
Ela me disse: não sei
E saiu porta afora;
Foi assim que perdi a razão
E fiquei como um louco
Mas a voz do meu coração
Me pediu para ouvi-la um pouco,
O coração com voz de veludo
Me falou que o amor é incerto
E que nele, o nada é tudo
E que o tudo, as vezes é só estar perto
E que o certo, as vezes é estar mudo
E que o mudo, também pode mudar
E que mesmo quando o nada é tudo
Mesmo mudos, dois podem se amar.
Perguntei então ao meu coração:
Porque terminou e se isso eu mereço
Ele me respondeu então:
Que o fim é só uma parte do começo
E que o começo também é uma parte do fim
Vi que a razão é o coração ao avesso
E que o coração é a razão tendo fim
E que tudo acaba assim
Como se fosse uma dança
Pois somos quatro agarrados sem fim
Eu, a razão, o coração…e a esperança.