Poesia 971
Eu não sou bom nem mal
sou necessário
necessário a sua dor
a sua decisão mais difícil
o amigo das horas erradas
o adversário
o amor
sou o sim no momento do não
o diálogo com o diabo
o prazer proibido na cama
O gozo
contido
vivido
sentido
sou como um relógio que parou
em 1977
quando o comércio fechava para o almoço
sou a puta que deseja casar
o cliente que deseja amar
a flor que ama seu estrupador
me beija
beija-flor