Quando o vi chegar pela primeira vez

Quando o vi chegar pela primeira vez, eu soube, soube que tu não era pra mim.

Quando o vi chegar com um sorriso sem dono, quase sem nenhuma bagagem do passado e uma mochila que cabia apenas o indispensável, eu soube, soube que tu não era pra mim.

Quando o ouvi falar com aquela voz tranquila, e com aquele tom calmo de quem ainda espera coisas boas da vida, eu soube, soube que tu não era pra mim.

Mas convivendo contigo, notando os detalhes imperceptíveis, eu percebi, percebi que tu até que poderia ser pra mim.

Mas me diga, como alguém como eu, que foi quebrada tantas vezes e quebrou tantas pessoas, poderia se dar ao luxo de estar com alguém como você?

Então eu tive que culpar os mares e os ventos, os anjos e os demônios, a sorte e o azar por terem te trazido até mim.

Então eu fiz algo, eu joguei meu pessimismo em qualquer hipótese de nós dois juntos, eu aceitei todas as maneiras de dar errado antes mesmo de dar em alguma coisa.

Por que qual tipo de monstro eu seria se te aceitasse fácil? Se aceitasse alguém que talvez não partisse meu coração? De aceitar alguém tão leve que não me faria afundar, mas o peso da minha bagagem o faria afundar.

Duda Fontana
Enviado por Duda Fontana em 11/05/2019
Código do texto: T6644840
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