AS ESTÓRIAS DE PAPAI
Papai era o meu herói
Das revistas em quadrinhos
O super homem a combater sozinho
Os vilões da minha infância.
À noite, quando o medo me assombrava
E os fantasmas eu enxergava
Gritava: Papai ! Papai!
Num só pulo, até mim ele chegava
E os fantasmas ele espantava
E eles voltavam para as estórias.
Meu coração de criança
Se quietava na hora
E nos olhinhos, oh que glória,
Só os anjinhos desfilavam.
Ele me abraçava apertado
E juntinho, do meu lado
Me cobria de estórias!
Dormia com os pés pra fora da cama
Que era pequena,
Oh meu Deus, que pena,
Como seu cuidado era enorme!
Cresci sem pensar que a vida corre
Que tudo o que nasce morre
Que papai um dia ia embora...
Quanto, quanto eu chorei
Quando papai eu olhei
Dormindo o sono eterno,
Naquela hora.
Sempre quis acreditar
Que foi um convite que Jesus fez
Para que meu papai pudesse
Para os anjinhos lá do Céu
Contar suas estórias outra vez!