Ísis
Havia tanto tempo que não a via
Seu corpo mudou, seu rosto, tudo um pouco
Sua voz e seu olhar ainda são os mesmos
Suas palavras ainda são cheias de segredos
Olho-a tristemente, embora disfarce
"Oi" ela diz, o que replico habilmente
"Achei que nunca mais a veria"
Sou sincero, ela baixa os olhos, entende
"Ele foi embora, me traiu"
Aceno positivamente, eu já sabia
Construir um amor sobre as ruínas de outro
Quase nunca funciona
"Eu preciso ir" Ela diz e assinto
Embora tenhamos compartilhado tudo
Neste momento somos apenas estranhos
Vejo-a partir e não sei o que fazer
Seus passos a afastam, eu os vejo
de algum modo, sua presença fica comigo
"Ísis, deveríamos sair um dia desses"
Ofereço e ela para no meio do caminho
"Pode ser" Lança uma promessa vazia
"Um café? Um chá?" Ela odeia chás, eu sei
"Pode ser" Ecoa a mesma promessa de antes
Sorrio, mas sei que continuaremos assim
por que embora tenhamos nos reencontrado,
nossos corações continuam distantes
Há tantas feridas sobre nossas peles
que é difícil achar um local limpo
"Tchau..." Ela fala a última vez e apenas assisto
Seus pés formosos continuam a distanciá-la
Sua boca continua a proferir mentiras
Por que está mais para novo adeus, eu sinto