AMOR DE ALMAS

Não há dor inevitável

Assim como não há amor evitável...

Para muitos o único caminho não é morrer pra ir

Mais quem sabe pra voltar...E de verdade poder existir.

Há pessoas que fazem planos

Eu só quero levitar um pouco, sair do chão

Talvez por isso borboletas morram tão jovens

Qual nuvens em ventos viajores

Sem me arrastar qual sonhadoras lagartas

Com o peso dos anos sem um jardim de flores...

E só uma verdadeira paixão faz a gente flutuar

Nas correntes intempestivas do ar

Lá do outro lado da ponte

Onde a fonte de um beijo é mais pura

Que toda e qualquer água cristalina

Onde há música tocando em todo lugar

Onde com os dedos arrastamos os montes

Onde nos perdemos acimas dos cumes

Onde as estrelas brilham pra que exista o negrume

Que de fato as valorize, flor e perfume

Além, muito mais além, que a linha do horizonte...

Posso não representar nada pra você

Mas, prazer minha amada, é de lá que todos viemos

Do caminho onde os rostos não existem

Quem éramos não sabemos, pois quiça, nem existíamos

Mais o amor não morre num pedaço de papel

Não sucumbe e basta um olhar, eis o começo do céu...

E teus olhos são de uma correnteza

De um redemoinho

Que me arrastam como um imã

Cujo corpo me desobedece

Até a minha sombra desaparece

Qual o redentor que acata a sua prece...

Neles eu me afogo

Perco o ar, bebo de tua íris

Como um pássaro que sobrevive juntando a semente

Que se espalha pelo chão...

Me arrastam, para lugares que desconheço

E por mais incrível que pareça

Parece que pertenço a eles

Desde que dentro deles eu desapareça.....

Ás vezes a certeza de um pequeno cio dum instante

É mais arrepiante que anos e anos de frio e pele arrepiada

Pois, que gigantes são os batimentos cardíacos

E oceánicos de um amante por sua eterna amada...

Jasper Carvalho
Enviado por Jasper Carvalho em 08/05/2019
Código do texto: T6642488
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