Insólita Alegria (Caris Garcia)

Insólita Alegria

(Caris Garcia)

O abate cósmico da calmaria

Evapora em translúcidos verbetes

Nossa comunicação, pura telepatia

Tu, o ar, o alimento! Eu, abundante banquete!

Suave brisa rosada que nos envolvia

O balançar suave das ondas do relaxamento

Não se distingue se é noite, ou se é dia

Corpos conscientes emaranhados em divino movimento...

Percebia-se o bater das asas em câmara lenta

O ritmo que seguia seu próprio místico governo

A frequência sintonizada, nua de qualquer vestimenta

Estações oscilantes, outono, verão, primavera, inverno

A natureza rendida só acompanhava

O olhar pacífico das árvores e suas copas floridas

Acima da nota, o dobro da frequência, a oitava

Era o redemoinho no túnel da nossa vida...

Ouvia-se a canção dos ventos beijando as rochas

Acompanhada de uma flauta em doce ousadia

O fogo lilás que transpiravam nas tochas

Arrebatamento arguto da eloquente euforia

Afinada e suave até a canção se rendia

A temperatura dos corpos tresloucados

A combustão gerada, sem norte, nem guia

O universo se abria em clamor imaculado

Ao fundo corcéis selvagens galopavam em sincronia

Borboletas multicores iam ao pináculo da montanha

Como se estivessem hipnotizadas pela magia

Apenas aquele momento produzia a desmedida façanha

Como se atendessem o chamado das trombetas

O batimento de Gaia, o sopro que a tudo se curvava

Os suspiros sentidos em todos os planetas

Ele declama “meu solo sagrado, apenas tu desbravas! ”

Eram instantes de segundos registrados

Nas cordas de uma nona sinfonia

Impossível se conter! Era o merecimento libertado

Em notas do estrondo da mais insólita alegria!

https://youtu.be/qXDSW83Sc2I

https://carisgarcia.blogspot.com/

Caris Garcia
Enviado por Caris Garcia em 07/05/2019
Código do texto: T6641606
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