ABAJUR

Companheiro nos momentos

deliciosos de entrega.

Horas em que esperava meu bem

no divã da sala de estar.

Desnuda ou vestida em transparência

a meia luz da lâmpada amiga.

Deitada em devaneios a espera

de você chegar.

O perfume preferido era o seu.

Lembro bem do aconchego

que eu queria nessa fantasia

da vida real.

O toque da porta o mesmo.

Corria eu para abri-la e alguém entrar.

Ali ficávamos nos tocando,

acariciando, beijando...

Numa loucura total de amantes.

Como se fosse o nosso

último segundo de vida.

As emoções se sucediam.

Às vezes eu chorava sem saber por que.

A sensação do prazer tão grande,

tornava-se responsável pelas lágrimas.

Na penumbra do abajur víamos

o nosso amor crescer.

Gildete Vieira Sá
Enviado por Gildete Vieira Sá em 22/09/2007
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