MEROS OLHARES
bater os olhos
nas pedras
na muralha
na longitude
do horizonte
ondulam nuvenzinhas
e gaivotas revoam
a mulher do lenço branco
se cansou
das lágrimas
assoa o nariz
e retorna
à casa das conchinhas
douradas
o pintor se fora
numa tarde qualquer
e ela esperaria a morte ali
onde antes a felicidade
fazia morada