DA JANELA
Da janela, vejo a rua
E seus complexos.
Da janela, vejo a lua
E seus reflexos.
Da janela, a via escura,
Um carro parado...
Tudo é silêncio,
Menos pelos sussurros
Dos enamorados.
Da janela, sinto o tempo,
Sinto o vento,
O desalinho dos cabelos
E o desmanchar da maquiagem
Sobre a pele afogueada da mulher.
A janela, fecho sem barulhos
Para não espantar os arrulhos
Dos amantes em desatino.
Paulo Pazz