A sentinela da janela...
 
Minhas asas abriam-se ao vento
E sobrevoavam a ilha dos abismos,
A morte alada jogava suas lanças
Mas em seus olhos encontrei a defesa,
Seu amor não era o meu sonho
Mas o brilho que me mantinha vivo,
 
Entre os muros e prisões
Criou-se um labirinto,
Eu escolhi seguir e chegar ao final,
Meu troféu não era o ouro que banhava as paredes,
Nem os diamantes que revestiam os braceletes,
 
Se pudesse eu contaria as provas
Ou faria um livro cheio de grãos de sofrimentos,
Isso tudo seria em vão,
Ninguém sentiria nem curaria minhas dores,
Nem mesmo iriam molhar meus lábios
Nem mesmo iriam me cobrir do sol escaldante.
Era tudo sonho em nome de um grande amor,
 
Durante o dia eu seguia o rastro do sol
À noite eu seguia o caminho feito por estrelas,
Eu guardei você
No asilo do meu peito,
Os vassalos que te escoltavam
Nunca poderiam ver-me, nem te levar dos meus olhos,
 
Tudo era parte de um livro oculto
Que foi escrito por letras de anjos
Em pergaminhos de cupidos.
 
Quantas terras seríamos capazes de mover?
Quantos montes poderíamos escalar?
Isso só nosso destino poderia nos mostrar,
 
 
Eu queimo minha alma por você
E você esconde seu rosto de desconhecidos,
Protegendo-se de prisões
Vives em uma eterna prisão,
Convives em um mundo de mentiras
E machuca teu coração,
 
Somos sofridos por infinitas noites,
De um lado estou eu
Que triunfei vencendo os labirintos,
Do outro estás você
Que se entrega aos cuidados do homem da janela...
 
Em quais terras libertaremos nossas faces?
Em qual lugar podemos olhar o céu
E sentir o sopro da felicidade?
 
Mesmo que o mundo sugue toda nossa vida
Mesmo que o mar cubra as imensas areias,
Ainda assim...
Seremos felizes juntos...
Mesmo que juntos
Tenhamos que afundar com toda criação,
 
Ainda assim
Ficaremos juntos...
Mesmo que não baste apenas o viver por nós mesmos.
 
J Lucivan Almeida
Enviado por J Lucivan Almeida em 20/04/2019
Código do texto: T6628433
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