Ponto final
Hoje queria dizer o que não disse
deixar que escape meu grito calado
e que escoe de mim a dor da sua ferida
feita com delicadezas amorosas
Hoje eu queria encontrar a palavra exata
que fosse sob medida para aquela dor
que se calei, foi por susto do desconhecido
naquela claridade a mais que eu não queria
mas que me banhou como água de tempestade
Hoje o vento não uiva sobre os morros
o ar parado estrangula-me na planície do meu coração
nenhum som estridente traz-me outra direção
não preciso de partituras e nem de escalas sonoras
Hoje reconheço em mim aquela música calada
o silêncio de uma pergunta que nem ousei me fazer
porque não me importa que a felicidade alcance o universo
que de onde estou e admiti ser-me por um instante,
é minha a colisão pactuada com meu desconhecido
Não haverá em mim por instantes, censuras ao que quis
não me condenarei por ter acreditado na impossibilidade maior
eu não me seria se não ousasse crer no inacreditável
Tanto faz a métrica diante dos instantes aos quais me doei
átimos instantes que se findarão no agora do meu consentimento
Minha permissividade não vai além do meu ponto final
que ainda determino quando se fará presente
e sei de forma absoluta que enfim já é.
Hoje queria dizer o que não disse
deixar que escape meu grito calado
e que escoe de mim a dor da sua ferida
feita com delicadezas amorosas
Hoje eu queria encontrar a palavra exata
que fosse sob medida para aquela dor
que se calei, foi por susto do desconhecido
naquela claridade a mais que eu não queria
mas que me banhou como água de tempestade
Hoje o vento não uiva sobre os morros
o ar parado estrangula-me na planície do meu coração
nenhum som estridente traz-me outra direção
não preciso de partituras e nem de escalas sonoras
Hoje reconheço em mim aquela música calada
o silêncio de uma pergunta que nem ousei me fazer
porque não me importa que a felicidade alcance o universo
que de onde estou e admiti ser-me por um instante,
é minha a colisão pactuada com meu desconhecido
Não haverá em mim por instantes, censuras ao que quis
não me condenarei por ter acreditado na impossibilidade maior
eu não me seria se não ousasse crer no inacreditável
Tanto faz a métrica diante dos instantes aos quais me doei
átimos instantes que se findarão no agora do meu consentimento
Minha permissividade não vai além do meu ponto final
que ainda determino quando se fará presente
e sei de forma absoluta que enfim já é.