Viés do Sentir
Viés do sentir
Não quero a serenidade da montanha
Nem a placidez da planície,
O que quero são as ondas turbulentas do mar,
E a revoada dos pássaros em dia de verão.
Não quero a tenacidade do rochedo,
Nem a quietude da noite,
O que quero é a embriagues do pensamento,
E a rapidez dos gestos que aflora.
Não quero a racionalidade cartesiana,
Nem o ponto de equilíbrio,
O que quero é o ébrio equilibrista,
E o estonteante jogo da paixão.
Não quero mel, sou fel.
Não quero sangue, sou vinho
Não quero insônia, sou sonho
Não quero aço, sou ave
Sou um escândalo
A poesia que se reserve
Que agüente,
A mim,
E os meus versos loucos.