PRETENSÃO
Lêda Torre
Manhã fria, chuva forte...
inda quente teu corpo junto ao meu...
sem vontade de sair
daquela cama tão cálida, perdi-me
no cheiro salutar que é só teu!
Quisera que naquele momento,
parasse o tempo de passar;
e que desse tempo ao tempo,
para poder de novo te abraçar!
Pelo vitrô da janela,
sinto o vento frio ao quarto adentrar...
e aquela rede ali como testemunha, tão fria,
que estava ali solitária a embalar....
mas...fugaz...sórdido o teu olhar,
encarou-me pretensamente,
numa manhã daquelas...
em vez de querer-te ou voltar
pra cama, escolhi levantar!
Audácia!
acordei-me de um sonho...
sonho de amor, que estive a sonhar...
ora, como se eu e você pretendêssemos
levantar de verdade daquele leito,
o jeito mesmo foi bem quentinho
sob os lençóis ali ficar.
_____São Luis, 15/12/2007_____