AMOR ATO DEZ

Sei amar e ainda que carregue vazios beija-flores

não perco asas e sou envolvida por cores,

elas saem da tua retina luminosa

lâmina além do corte único: solidão.

Laranjais e o vento temporal virão após o túnel,

não haverá nenhum rancor diante dos frutos:

meteoros cairão sobre o mar e na praia surgirão bicicletas

pedalaremos através de uma safra de viadutos.

Agora sei, antes do prazer outro espirro,

a morte captura todos os orgasmos

e a tristeza sobra para vivos pleonasmos.

Não existo sem você! Me acabo de bondade!

Meu amor não deverá morrer!

Cada dia de desejo é impiedade.

Do livro: Amor por força de uma lembrança

Paulo Fontenelle de Araujo
Enviado por Paulo Fontenelle de Araujo em 16/04/2019
Reeditado em 16/04/2019
Código do texto: T6624756
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