Tua impiedade
Estou digerindo a decepção da minha taça
Não existe nada mais que eu faça
para cicatrizar a ferida,
Fui marcada como gado,
e levarei a marca pelo resto da minha vida!
Fui chamada de mulher amargurada,
poetisa mal amada,
farsante,
falso brilhante,
mulher que mente,
não presta e
criança doente.
O que mais me resta?
Estou envergonhada.
Vergonha do mundo,
perante o qual me desnudei,
tornando público o meu querer.
Vergonha de mim,
porque te amei tanto assim.
ao ponto de me perder.
Fico com a minha vergonha,
Também com a coragem de quem amou,
Aos quatro ventos o amor gritou.
Valeu o risco, trouxe vida para minha vida
mesmo agora, em que tu alargas a minha ferida.
Eu irei embora, na hora certa
Com a dignidade de quem foi verdadeira
Quis ser acima de tudo companheira,
mas não tive tal sorte.
Sobreviverei, sou forte!