INTIMIDADE
O tempo me atira ao vento
E retira a dúvida na madrugada
No braço forte que me enlaça
No teu corpo, incansável na jornada.
Fronteiras redefinidas, cerca derrubada
Jogo no lixo da memória a minha timidez
Íntima, nítida com toda a altivez!
Talvez...
Meu corpo, teu beijo
Meu beijo, teu corpo...
Meu corcel,
Correndo em azul teus delírios,
Tão meus!
Galopando...
Tateando, conhecendo, explorando...
Cada nota é milimetricamente decifrada
E no corpo eternamente impregnada.
Disfarço em banalidades o meu espanto
Em tolices me desmancho encantada,
Barro sagrado em tuas mãos,
Para que, de novo e outra vez,
Você possa se achegar
E possamos, amalgamados,
À nossa casa retornar:
Sou eu em ti. És tu em mim.