CÉU dos ENIGMAS
A paixão esgana meu desejo contra as paredes do indisfarçável
Cavaleiro de um império arruinado, cambaleio por entre a miséria dos ignorantes
no metrô, onde cães uivam a única missa possível aos alienígenas,
os que enxergam a Morte erguer o machado sobre o crepúsculo.
O amor é um ballet trágico apresentado aos canibais, - impassíveis,
eles decifram no vento o murmúrio das raças extintas, e afagam
vaidosas carências educadas para fazer da noite a tirania do prazer
Amantes beijam-se nos funerais do ego, sob um céu dos enigmas
e o amor nu de mitos arranca as novas raças dos oceanos inéditos,
os próximos, os eternos.
Não importa a magia, o enigma desorganiza a gravidade,
A ciência, a indecência ficam na estrada,
a demência permanece, mulher:
o veneno das noites solitárias, o devaneio
do perdido no deserto,
o momento em que os Pavões
e as Flores
fazem as novas criaturas.