FRONHAS ALVAS
É certo que te deixo agora
neste exato momento
em que meu coração pulsava
no prazer de amar-te,
todavia, retornar como antes
bem sabes, impossível
será, pois que estranho
teu comportar impassível
diante do meu amor
sempre a deixar-me no canto
de tua vida para qualquer
necessidade de vírgula
ou interrogação!
Acomodo-me nesta poltrona
junto à janela do trem
a levar-me por itinerário
desconhecido a meu devanear,
mas segura de a ti não mais
encontrar, fortalece-me
a esperança de dias vindouros
de paz e felicidade!
Acomoda o teu egoísmo
nas fronhas alvas que te hão
de sustentar as lágrimas
do coração
e a angústia de tua alma
olhando em volta a desolação!
Eugênia L.Gaio