O bálsamo da união

O bálsamo da união

(Caris Garcia)

A mirra dominava os sentidos

O triunfo, os louros da vitória

Como descrever o acontecido?

Como narrar toda a história?

Atitude era a palavra do agora

O baile já havia começado

Eram os mimos da carícia de outrora

A Fênix e o Cavalo alado...

Não existiam mais becos ou desvios

O tratado da pena de pavão e o tinteiro

“solutus ab omni re”

O absoluto do amor que evidencio

Todos os verbos doados ao mensageiro

O papel em branco, pura cortesia

Dois em um, cortejando a esperada hora

A fusão da tempestade e a calmaria

Eros entoava a Psiquê “Minha única Senhora!”

Não haviam empecilhos, proporção nem medidas

Ele e ela numa pirâmide de inusitados efeitos

Todos sentiam as ondas daquela batida

Sem saída, se render era o único jeito

Surpreendente a maestria que o par conduzia

A voz não se calava, não existia folgas nem hiatos

O teto eram galáxias apontando o único “Guia”

O êxito da perplexidade do abstrato

Desbravavam o fascínio sutil em sonhos límpidos

Tamanha era a lucidez de seus tambores

Adormeciam no vale da flor de lótus.... Lá ungidos!

Sementes da aliança levada por Beija-flores...

A orquestra e suas harpas, o primeiro acorde

Plácida, leve e terna no prelúdio.... Há um começo?

A roda-viva do balé da Milady e seu Milord

A exclamação frenética e o ponto travesso...

Ele seduzia a cada consonante destilada

Os corpos hipnotizados se movimentavam

O ritmo reluzente da nova e antiga jornada

A liga ! Os portais reverenciavam e submetidos se abriam...

Os átomos em pândega, bailavam alucinados

Veemência jamais vista, júbilos que no imo sojorna

Setas lançadas em única direção.... Espanta até o inusitado...

A temperatura tresloucada, calor, frio, morna...

A emanação desse momento era seminal

Plausível experienciar em todo planeta

Ao mesmo tempo uno e plural

No nirvana das asas de uma borboleta

A poesia alcançava o pélago do espaço

Preâmbulos imaculados diziam mais

As palavras, mandalas de energia, a sincronia dos passos

Ultrapassavam conceitos, paradigmas , ideais

Integral e indiscutível o deleite do mensageiro

Que a tudo concedia sem amarras

Da arca do dilúvio, era o inventor e o marceneiro

Era o vinho, o cálice e também a jarra...

...Liberdade exponencial era o sentir

Cabelos soltos brincando com a brisa, olhos vedados

Entregou-se em plenitude... O suspiro do intuir...

Nada mais se fazia necessário. O segredo desvendado...

Em segundos, poderia ultrapassar o infinito

A descoberta do ilimitado construtor, o Arquiteto

Era a escriba, a folha, a palavra, o próprio manuscrito

Era o enigma, a charada, o verso secreto

A sinfonia dos fonemas mais encantadores

O espaço livre do vaso raso

A paixão, a energia dos amores

Atemporal, o encontro sem relógios, sem prazo

Preenchida pela suprema criação

A nua fragrância sorria em suaves vogais

Que ecoavam como bálsamo nos sentidos...Abnegação!

“Sou tua pele que arrepia! Oh, grão! Tu, areia! Eu, os sais...”

O abraço eternizado no inquebrável elo

A união que a cada segundo se refaz

“Na montanha mais alta, nosso castelo!”

Emaranhados na coreografia do vulcão do mais...

Seria talvez a magia do toque?

Ou quem sabe o êxtase do primeiro olhar...

O romantismo da carta de amor? “Provoque!”

Quiçá o sapateado e o vestido da espanhola a rodar?

O primeiro cinema mudo em preto em branco ?

Ou a plateia de oficiais aturdidos com a novidade?

“A música, a melodia ! É para tu, que canto!”

Queres o que de mim? “Tudo! A exclusividade!

Seria a invencibilidade da energia jovial

Que desbravaria outras terras sem receios?

“O que está acima do amor! A nova nação! Da paz a Capital !

Somos a mensagem, o papel, o pombo-correio...”

Na viagem, a sensação da chegada e da partida

O abraço da mãe em seu pródigo filho

O néctar adocicado da maçã mordida

O reencontro! No olhar dos amados, o brilho...

...

Era o imenso poder do“ sim!”

Pronunciado no altar dos apaixonados

Aceitar a energia inesgotável, sem início ou fim

“Tentar definir? Pura insensatez! Egos arrebatados!”

“...Vê, é apenas possível vivenciar nas esferas subjugadas... “Exclamações”

...Com a gratidão hospitaleira, pragmatismo... Admitir a clareza

Sê a expansão exponencial da consciência, sem freios nas estações...

A alegria original e companheira ... Elementar... Só permitas fluir tua natureza!”

https://carisgarcia.blogspot.com/

Caris Garcia
Enviado por Caris Garcia em 03/04/2019
Código do texto: T6614768
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.