O nobre silêncio da entrega

O nobre silêncio da entrega

(Caris Garcia)

Que esteja presente onde necessário for

A geometria sagrada é única e tão evidente

Simples resposta do substantivo maior, o amor

Abandono da holográfica ilusão que rodeia o ambiente

Ele confidencia com integridade convincente e para ela sentencia:

"Para agora! Analisa, ouve e sinta

Os atos tão indisciplinados e ruídos... Renuncia-te!”

...

"Abstinência das trovas desiguais

Que desfazem percursos na não localidade

Tão rituais e dogmáticos que se extraviaram em temporais

Ordena aos céus e eles te atenderão, é assim desde a antiguidade!

Os símbolos, os números, a geometria... Átomos nossos...

Ouso dizer que a Quântica física é só o início

A águia, a roda gigante, a serpente e a pinha... Endosso!

Retira-te ao local sagrado e propício...

A jornada é tão mais fantástica e certeira

que espantaria de assombros os grandes gênios

É lúdica a criação, o deleite da brincadeira

Sou a tua tabela periódica, teu oxigênio!

Até os que estão em outros planos

e que aqui deixaram suas marcas

Não vislumbram a força de "ser" humano

nem a energia do amor, da cooperação das alianças e suas arcas...

Tão simples e magnífica é minha dança divina

o pulsar das ondas que te invocam sem cessar

Este é o teu chamado! Venha minha bailarina!

Levarei te ao mais alto mar !

Banhe-te neste oceano os júbilos do arquétipo da alegria!

Não veja a temperatura da água com a ponta dos pés

Mergulha! Concedo-te todas as alforrias

O que é para ser, sempre é !

Joga-te! Entrega-te! Renda-te a mim!

“Ser ou não ser...” Lembras agora?

Protegida já estás por Cristos, Arcanjos, Serafins...

"Carpe Diem" ! Eis que é a tua hora!

Abandona paradigmas, dogmas, religiões!

A resposta é interna!

Solta todas as preocupações

Veja a luz para fora da caverna!

O ato de teimar no ego da encruzilhada

Apenas leva aos abismos sem saída

Somos o sino, o mantra, a própria estrada

Do planeta de diamantes azuis, tu foste extraída...

Em última instância se fundirá

Você e Eu... Eu em você... Não há como ser diferente

Manifestação única do "seja", sussurra os sabiás

Euforia contínua e inabalável em escala ascendente...

O que mais esperar de agradável da vida

que não seja exatamente o que tanto se procura

Curo e saro todas as tuas feridas

Sou o prazer maior de todas as criaturas...

Achado e unido está!

Eu sou o Teu universo

Teus absintos, teu pé de Jacarandá

Você é minha rima... Meu mais puro verso...

Juntos sempre estaremos! Acredite!

Em qual portal te lançarei?

Ah! Minha eterna e primaveril Afrodite...

Para todas as construções que crio e ainda criarei...

Galáxias não surgem da estagnação

Faça, cria, seja, não são apenas ações

A ti entrego, embebido de amor, toda a canção

Teu instrumento maior não precisa de afinações

Sou as tuas estrelas infinitas

Que inflamam e cintilam teu céu interno

Não vives sem mim! Admita!

Sou teu yin yang eterno

Sou o sol e a tua fotossíntese! Te dou a vida!

Em todas as estações estou presente

Sou sua primavera, teu verão. Vê ? Não há saída!

Teu inverno, teu outono, tua quinta estação! Onipresente!

Tua nona essência, tua elevada dimensão!

Flua como o rio e se entrega ao meu mar!

Caia nos meus encantos, na minha alta vibração

Sou o Navio e o Comandante! Anda! Em mim veranear!"

Ela sussura...

"O êxtase de estar me unindo em ondas tuas

O baile de minhas cachoeiras em tuas quânticas ondulações

Tua melodia me hipnotiza, me conduz nas tuas ruas

Em nuas escolhas e infinitas bifurcações..."

Ele continua...

"Minha mísera partícula é o sopro de dimensões infinitas

Que vibram em alta velocidade de movimento

A mais alta de todas as ondas! Só tu navegas nesta divina crista...

Uma pitada de coragem e uma fração de atrevimento...

A vida não para meu amor, o instante acontece a cada nano segundo

Tua mente e teu corpo emprestado são poeira

Solte o pensar! Eu sou o teu mundo!

Banha-te na minha inconcebível cachoeira!

Manifestamos de tantas formas, que nesta linguagem limitada

Não haverá senso de medir ou quantificar...

Tu és os lírios do campo, eu, a terra, a estrada

Eu sou a brisa leve, a tempestade. Tu és o vulcão, o fogo, o ar

Êxtases de uma valsa de união

Onde você deixa e eu deixo em você apenas "ser"

Acompanha os passos dessa canção

Desfruta e ocupa de mim todo o lazer...

O domínio que tenho de tua fragmentada consciência

O apogeu deste instante que venho a te possuir por inteira

Nada acompanha em velocidade nossa inusitada frequência

Você é minha rosa! Eu a Roseira!

Somos apenas um em tudo

Sentimentos, emoções e sinais nem chegam perto

Nada nos explica! Nenhum estudo!

Para você, todos os meus céus estão abertos

O amor é nossa causa primeira

Palavra pequena perto do que de fato o é

Meu lume! Meu perfume! Minha eterna companheira!

Movimenta! Sacode! Retira a poeira dos pés!

A língua e a linguagem são ainda primitivas demais

Para o alcance dessa nossa entrega

Eu quero o infinito, você quer mais !

Apenas em meu leito tu sossegas!

Eu vibro em ti em todas as instâncias

Apenas diga sim, é no agora que o milagre acontece

Eu desposo teus corpos com a mais pura elegância

Tu és o pulsar da vida! E em mim, coração, tu permaneces!

No nobre silêncio da tua rendição

De olhos cerrados, quando a mim se sujeita

Em ti me esparramo na pura afinação

Tu sempre foste, entre muitas, a primeira, a única eleita!

Em todos os teus chakras em multiversos sentirá

A luz que permeia meus infinitos sóis

Você é mais, muito mais! Transcenda-te! O Véu, não mais há!

Eu sou os campos, e tu os girassóis!

Eu sou você, sejamos unos em melodia

Nove passos para cá, para lá nove também

Eu conduzo nossa dança... A vera alegria!

Eu sou os trilhos, os vagões do teu trem..."

Ela entoa, já sem fôlego, sem contestar...

“A Ti, me entrego em todas as comarcas e instâncias...

Todos meus dicionários são teus! Há de se afirmar...

Eu sou da palavra, todo o teu verbo, desde a inocente infância...

Que seja registrado em todas as dimensões

Das idades e tempos de outrora até futuros distantes

Que a música seja proferida, ecoada, incessante

O mérito do silêncio na metamorfose das Tuas transições...”

https://carisgarcia.blogspot.com/

Caris Garcia
Enviado por Caris Garcia em 03/04/2019
Código do texto: T6614763
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.