Cartas de amor
São pequenas linhas
Talvez sejam minhas.
Pequenas cartas de amor
Que o tempo não apagou.
Meio amarrotadas,
Mal escritas, borradas à caneta.
Diziam o sentimento à amada.
Ficaria ela calada.
Admirada...
Não sabia que eram escritas
Nem mesmo sabia quem era o admirador.
Trêmulo, quando a via,
Lembrando-me que ela descobriria
Os pequenos versos de amor.
“Querida, como gostaria de ser o teu amado,
Mergulhar no mar de teu amor,
Lambuzar os lábios, nos teus beijos,
Ficar-me apertado em teus braços”.
Velhas e amarrotadas cartas,
Que a ela não chegaram.
Revendo, hoje, com o passar do tempo,
Lembrei-me do amor,
Nascido com um pequeno sorriso,
Mas ela não sabia.
Entristecido, no canto, eu a admirava,
Mas todo o amor passou,
No último dia de escola.
Para mim, ela me disse:
Vou-me casar com o fulano.