O AMOR QUE ME HABITA

Tudo passa...

A paciência cala

A esperança fala de novas trincheiras

Velhas bandeiras em suaves mãos

Abrem os nossos caminhos

A pele nua se descobre em outras estradas

Alguns castanhos embranquecem

Logo, outros são chamados e disfarçados.

Diminui-se a intenção do alimento

Alta pressão, aquela cirurgia...

Tudo muda...

Mudo.

No entanto, algo é permanência

O escultor continua o seu trabalho

Dedos tocam em transparência a minh’alma.

Presente!

És exata ciência nocauteada em divina luta

Ourives obstinado, limas de prazer o meu sorriso

No escuro, com óleo perfumado

untas de carícias o meu dorso

E na intimidade do teu afinado instrumento,

Tiras de mim a mais linda sinfonia.

Entre lábios vorazes

Queimas o nobre fumo: Eterno éter

Impregnando de amor

A roupa pendurada

No quarto mais escondido da nossa história.

Stella Motta
Enviado por Stella Motta em 29/03/2019
Reeditado em 29/03/2019
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