O AMOR QUE ME HABITA
Tudo passa...
A paciência cala
A esperança fala de novas trincheiras
Velhas bandeiras em suaves mãos
Abrem os nossos caminhos
A pele nua se descobre em outras estradas
Alguns castanhos embranquecem
Logo, outros são chamados e disfarçados.
Diminui-se a intenção do alimento
Alta pressão, aquela cirurgia...
Tudo muda...
Mudo.
No entanto, algo é permanência
O escultor continua o seu trabalho
Dedos tocam em transparência a minh’alma.
Presente!
És exata ciência nocauteada em divina luta
Ourives obstinado, limas de prazer o meu sorriso
No escuro, com óleo perfumado
untas de carícias o meu dorso
E na intimidade do teu afinado instrumento,
Tiras de mim a mais linda sinfonia.
Entre lábios vorazes
Queimas o nobre fumo: Eterno éter
Impregnando de amor
A roupa pendurada
No quarto mais escondido da nossa história.