Nossa Tribo

Sobre as nuanças do frescor pueril de seus olhos

Escondidos sobre o véu de seus cabelos lisos perfumados

Há a perdição dolorosa dos dias frios

Tatuados no quente vulcanizado no seu corpo índio

Sigo o ritual ardil das matas por onde seus pés caminham

Deixando o pio suave da intuição me levar

Sua pele camuflada do desejo domina o coração do homem branco

Soando o tambor dentro do nosso pomar

O silêncio beira o absurdo!

Canta músicas numa sinfonia monoinstrumental com gritos desesperados de uma selva indomável ao lado de um rio calmo com corredeiras mansas

No seu peito pacífico há lutas medonhas

E abraços amorosos de uma cachoeira chorosa

O distanciamento gelado do olhar sensível

É um por do sol; o limiar entre o dia quente e o início da noite fria

É uma rede de lã entre os coqueirais

O oceano Pacífico em que me afoguei

João Paulo Leal e Renato W Lima
Enviado por João Paulo Leal em 25/03/2019
Reeditado em 25/03/2019
Código do texto: T6607161
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