MINHAS GUERRAS
As maiores guerras são as mais silenciosas,
Começam pela manhã no primeiro respirar do dia,
E para onde fugir se o coração e os pensamentos não podem ser abandonados,
A estrada pela manhã é iluminada pelo sol,
E a pessoa com sua moto à frente, saindo fumaça,
Parece um anjo em sua sombra insuficiente para eclipsar o sol,
Mas claro que ele não é um anjo, sua fumaça é toxica e incomoda,
Eu poderia focar nessa sensação tão ruim,
E ignorar o sol e sua luz,
Ignorar como as árvores são verdes nessa iluminação,
E deixar de sentir a liberdade no balançar de suas folhas.
Há quem foque mais nos atritos, contritos, e se lança em desesperos,
Há quem demonize o casamento em seus pretextos,
Dizendo que a liberdade é reduzida e limitada,
Eu só vejo a companhia, um camarada,
Estou preso em um contrassenso,
Pois o abraço que me prende é o que liberta minha alma dos medos.
O sexo não é algo somente carnal, estaríamos limitando essa poesia a um carnaval,
Isso é algo da alma, que rompe os limites do corpo para abraçar o amor,
Ligação que a câmera não consegue fotografar,
E nem mesmo o escritor consegue resenhar,
É assim que as guerras mais silenciosas têm um fim,
Porque o rosto pode disfarçar a paz,
Mas quando toca em mim, a crise se desfaz,
E não preciso de sol e um corpo a frente dele para parecer um anjo,
Pois mesmo que esteja escuro, você salva meu mundo,
Sem precisar dizer nada, mesmo que o olhar seja mudo,
E no fim sabemos que a liberdade se fantasia do que eles chamam de prisão, o amor.