CEMITÉRIO

Espíritos afastam-se de mim, do meu passado.

Batem ventos de calor intenso suficiente que

o derretem e ao fazê-lo dispersam suas memórias,

em forma de pó, para bem longe de minha vida,

sem oportunidades para se reintegrar e de novo

conseguir algum tipo de presença em mim.

Amor que renova até os meus sentidos.

Velho amor, que não por escondido ausente nem

silente por discreto, pois presente vai empurrando,

para longe, o mundo ao que pertencia e me trouxe

a infelicidade. Agora, com você recobrei a paz.

Amarei sem freios. Nada entra. Não há espaços.

Continuarei entregue a você sem pegadas do outrora.

Findo o cemitério. Restou só seu amor. A vida.