Era uma vez
Era uma vez um riso doce
Que por vezes prometeu
Tecer a luz por todo breu
Mas escuridão me trouxe.
Era uma vez um terno abraço
Que tão covardemente sufocou
Transformou todo amor em laço
Fez estilhaço daquilo que criou
Era uma vez tua boca
Que portando lábios mentirosos
Me fez estragos tão danosos
Entoava em mim a tua voz rouca.
Mais uma vez a tua imagem
Que reside fria num retrato
Prescreve a cura por dosagem
De minha dor, alívio imediato.
Recitei Pessoa ao teu ouvido
Certamente não esqueceu, duvido!