Amores paralelos

Achar-me é tudo o que quero.

Encontrar-te é perder-me em teus beijos fogosos,

mesmo que alguns de teus carinhos me maltratem,

tirem-me, da sede, a água pura,

no último gole de teu beijo adocicado,

mesmo quando se misturarem às lágrimas de nossa despedida,

pendentes na face rumo à boca.

Se nosso amor enlouqueceu,

ai de nós, ainda convivermos

a desdizer a natureza da sedução

na substância do medo de amar com tanta força.

Partamos, então, entre linhas paralelas

e que não fiquemos distantes demais um do outro

e não andemos nos opostos dos sentidos,

mas apenas da estrada,

sem qualquer direção que nos ensine

a encontrarmos em um abraço,

ancoradouro de nossos beijos enfeitiçados,

que um ensinava ao outro.