VENENO DA MORTE

Se vivo estava, enterrado estou

Pedras ruíram e nada ficou

Sou folha que vaga sem rumo e perdida

Assim estou eu, sofrendo e sem vida

Na estrada deserta, inóspita e sofrida

Do coração de quem sofre, sem alma e sem vida

Falésias se abriram e em crateras ficou

O castelo que eu tinha só os entulhos restou

Cuspistes veneno e a mim tu matou

Veneno da morte chamado de amor

Artérias romperam e meu sangue jorrou

Coração aberto, sangrando estou

Sarcófago da vida; têmpera da dor

Assim é a vida de quem morre de amor

Fizestes de mim uma alma penada

Que, perambulando nas ruas ficava

Buscando te vê em meio ao nada

A visão distorcida e, eu nada encontrava

Coração deserto, alma flagelada

Gritando teu nome, em vão eu gritava

Tempos passaram e em penhascos pisei

Enfim, te encontro no deserto outra vez

Nas crateras abertas que também te lancei

Tuas artérias romperam e não me vinguei

Mas foi o destino, vingança eu não sei

Foi à natureza que quis outra vez

Trazer-te de volta com altivez

Meu amor, minha vida, foi o destino que fez

E aqui estamos nós, nos amando outra vez

Veriano Dias
Enviado por Veriano Dias em 14/03/2019
Reeditado em 18/03/2019
Código do texto: T6598100
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.