Peste Poética (Paixão)

Apoderou-se de mim, por inteiro.
Nada para conter, esconderijo falso e linguagem nua, despida
Alastrava-se. Sem dó, nem piedade
Tomou-me em segundos...
Já sentia o ardor de ter engolido a seco
E os órgãos se revezavam
Coração embutido em sentimentos de hiatos
Alma respirando em vogais
Dos olhos saltavam histórias completas em consoantes
Versos inteiros pulavam da boca
Estrofes enceradas no ouvido
E da mente, demente, temente
Vinha a pura
Infectante!
Infectando...
A dor da úlcera
Imortalizando.
Despiu-se da vaidade, pediu perdão e foi toda
Era egocêntrica
Mas sentia saudade
Contagiou sem cortes, queria se libertar
Abortou a vontade
Seguiu a mente
Criou privacidade
Sufocou muita gente
De lágrimas se serviu
Não passou borracha na sensibilidade
Aceitou essa peste, sua!
Invasiva,
Por maturidade
Criou a poesia!
Literalidade...
Matou mais que arma de fogo
Pela profundidade
Escrita da peste
Peste de poesia
Doença da eternidade
Paixão! Sem nada de sobriedade.

Esta poesia foi escrita após um desafio de um escritor do recanto cujo pseudônimo é Sessenta e Nove Sugestões Poéticas sobre a temática Paixão
Mônica Cordeiro
Enviado por Mônica Cordeiro em 12/03/2019
Reeditado em 16/05/2019
Código do texto: T6595966
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