Liberdade ilusória
À distância de um sonho secreto,
na leviandade da realidade social
Jazia na mente da liberdade ilusória
regras gravadas em sangue dos loucos
sentenciados pela impunidade dos sépticos.
Nas gélidas escadarias de pedra
sepultam-se poesias utópicas e apressadas,
em noites que nem soluça o vento tanta é a saudade!
E pelas janelas de carvalho Francês
encerradas como túmulos poeirentos sem vida
não se conseguia vislumbrar as estrelas cadentes.
Histórias escritas com medo de sentir saudade,
o cheiro a Gin rasca e os rastos de batom barato
é a verdade da solidão que sinto sem ti,
prisioneiro da eterna escuridão onde ouso sonhar…
Um lugar onde não se chora! Não se ri! Não se lamenta!
Naquele dia vi-a! A coroa de flores de laranjeira
prendia-lhe o toucado abrilhantado pelas mesmas estrelas
que me escapam à janela do meu quarto!
Pelo amor a Deus! Apelidado de louco sem regras!
Pesadelos de infertilidade moral castigam-me
Corto os pulsos em desespero e a morte apenas
mandou confiscar a minha a minha voz!
Apesar de tudo vi-te chegar ao altar!
Deixas luz nos teus rastros …
O amor que em meu peito cabe faz-me gritar!
Mata-me! Liberta-me!!!
Dá-me a minha voz de volta …
Quero-lhe dizer pela ultima vez que a amo!
À distância de um sonho secreto,
alguém irá escrever livros com beijos que não demos,
as flores serão alimentadas de sorrisos de cumplicidade
nos jardins da lendária ilha dos sonhos!
A morte prometeu que não deixará o amor ao abandono
As esposas não chorarão tristes na saudade!
As pombas voltarão também no inverno
e não abandonarão mais os pombais!
Que seja eu crucificado na cruz bem alta!!
Morrer por amor será a sua liberdade!